Lenda da origem do Monte Fidalgo

Lembro me perfeitamente de uma das muitas vezes que visitei Monte Fidalgo, ter descido com o meu carro até á beira da barragem de onde os pescadores partiam á pesca da lampreia (belos tempos) e por azar esse dia choveu a potes, a estrada para além de ser muito inclinada tambem era de terra batida. ora o carrito patinava, patinava e não saia do mesmo lugar
Não havia vivalma nas redondezas a quem pedisse ajuda.
Já transpirava por todos os poros  e eis que um homem chega de motorizada, conversamos um pouco e ele disse que ia buscar uma ajuda.
E assim foi, ao fim de algum tempo aparece com um macho pela trela, uma corda que ligámos ao carro e com a ajuda do macho e do motor ao mesmo tempo lá consegui sair do fundo da ravina

_Hoje pra transcrever a lenda da origem da aldeia, aproveitei algumas fotos para que possamos tambem recordar alguns locais de Monte Fidalgo


De geração em geração vem-se dizendo que a fundação da povoação de Monte Fidalgo, se deve à fixação de três irmãos fidalgos que, por incompatibilidades entre eles, acabaram por fixar-se cada um em seu lado, não muito distanciados uns dos outros.

 Dos locais escolhidos pelos três irmãos, só dois é que permaneceram, formando-se assim a que é hoje denominada povoação de Monte Fidalgo, ficando esta a dever-se ao facto de eles terem vindo para ali desterrados.
 Um dos irmãos ao morrer deixou toda a área que lhe pertencia, assim como a primitiva casa, ao povo de Monte Fidalgo, ficando esta obrigada a pagar todos os anos 13 alqueires de forro, trigo, à Nossa Senhora do Rosário de Castelo Branco, ou seja cada habitante da altura teria que pagar todos os anos um alqueire. Só que a dada altura alguns habitantes foram a Castelo Branco, sem conhecimento dos outros, e compraram o forro, alegando que era para evitar a maçada de terem de lá ir todos os anos.
 Quando chegaram à aldeia disseram aos outros que aquilo lhes pertencia, pois haviam-no comprado e começaram a construir coimas para o gado.
 A restante população não se conformou com tal e foram a um advogado. O caso foi a tribunal mas eles perderam a causa, pois o advogado havia-lhes dito que aquilo não era legal e aconselhou-os a actuarem. Assim em 1906, sensivelmente, a população evadira a propriedade, destruindo coimas, destruindo o trigo e levando à frente os animais.
 Mas não satisfeitos com tal decisão, por perderem a causa e ainda terem de pagar 100 mil réis de multa, voltaram a apelar ao Supremo Tribunal, desta vez ganhando a causa.
 Assim, ainda hoje, todo aquele que resida lá, no fim de seis meses, tem direito à pastagem.
 Pensa-se que o nome advém em honra desse Fidalgo, que generosamente legou à população o seu monte.

Fonte Biblio HENRIQUES, Francisco Contos Populares e Lendas dos Cortelhões e dos Plingacheiros Vila Velha de Ródão, Associação de Estudos do Alto Tejo, 2001 , p.287-289

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