NEM TUDO ERAM ROSAS


Quando a gente se lembra da nossa infância há sempre uma data que consideramos mais especial e que trás à nossa memória alguns momentos maravilhosos e outros menos bons, mas sempre com aquela irreverência própria da ingenuidade.
Desses verdes anos os que realmente mais nos marcam, são os tempos passados na escola primária que eram necessários para concluir a 4ª classe para depois podermos ingressar no ensino secundario, que em abono da verdade poucos tinham esse previlégio. Viviamos muito longe dos grandes centros, dos liceus e das escolas secundarias e muito mais das universidades.Poucas eram as familias que podiam dar se ao luxo de proporcionar aos seus filhos a frequencia desses estudos.
As Escolas nessa data eram bem mais desconfortaveis que as que existem´agora,dotadas de ar condicionado, apetecivel pelo fresco no verão e o calor no inverno, para além de condições de aprendizagem e conforto nada comparaveis.

Agora até teem internet nas escolas
Desses tempos, 1952-1956, recordo alguns amigos como o Jorge,o Fernando Marcelo, o João, o Pedro, a Suzete, a Otilia,a Herminia, a Lurdes o Ilidio, o Elisio e muitos mais que comigo viveram algumas estórias dignas de registo.

Dos pneus de automóvel retiravamos os aros de arame e borracha que com uma vareta de ferro moldada faziamos girar e assim percorriamos grandes distancias.
Alem do jogo do pião inventamos tambem o espeto que com um pau afiado cada um procuravamos espetar no chão tentando derrubar o do parceiro

Alguns dias apesar de sairmos da escola cerca do meio dia, a hora da chegada, muitas vezes, era quando iamos esperar a camioneta da carreira á feiteira ou mesmo mais perto na volta para o ramal de Bogas que seria por volra das 17 ou 18 horas. Hora a que chegavamos a casa muitas vezes com a mãe ou o pai á espea para nos dar umas belas bofetadas..
Havia ainda outros devertimentos a que não estavam alheios os ninhos de primavera. Procuravamos nas arvores os ninhos de diversos passarinhos ás vezes apenas para poderfmos acompanhar o seu nascimento e desenvolvimento até voarem. Alguns tais como os pintassilgos criavamo los nós em gaiolas para os podermos ouvir cantar e ver as suas brincadeiras
Também nessa época, embora não houvesse verdadeiramente fome, o comer não era de todo abundante!Havia inclusivamente uma ração de queijo amarelo açucar farinha e leite em pó, que vindo da América servia para atenuar a escassez de alimentação que excistia no seio de muitas familias por esse Portugal a dentro
Assim, toda a fruta existente nas arvores existentes na rota das nossas caminhadas e que estivesse ao noso alcance, não perdoavamos.
Estas cenas davam azo a que que depois da queixa dos donos à nossa professora, não nos livrasemos de uns bons pares de réguadas', porque no meu tempo de escola a régua e a vara ou cana existiam na realidade
Lembro me que quando iamos para a ribeira nadar aproveitavamos a zona do açude por termos melancias uvas e pessegos por perto. havia até quem fosse aos galinheiros rapinar ovos que bebiam através de um furo deixando depois as cascas para enganar o dono.
O meu avô tinha á feiteira uma cerejeira que dava cerejas optimas e antes de todas as outras, mas quando iamos por elas ja outros mais velhos e mais espertalhões as tinham comido


Tambem nos dava um certo gozo, partir os pucaros que serviam para recolher a resina dos pinheiros, quando iamos pelos pinhais fora buscar mato ou mesmo pedaços de lenha para as lareiras
EU e João Abilio iamos guardar as ovelhas e cabritas na pastagem e costumavamos roubar maçãs ainda verdes que depois de fazermos uma cova na terra as depositavamos la dentro cobrindo as depois e deixando uma marca para mais tarde as irmos retirar ja maduras

Acredito que este texto ja está a ser comprido mas gostaria ainda e deixar um repto aos meus companheiros de então e que me conhecem, não deixem de escrever algo sobre o tempo em que tudo nas nossas vidas eram rosas apesar dos tempos de fome que se viviam nessa data, que apesar dos sacrificios e das privações, se recorda sempre com saúdade.
(Neste texto queria ainda recordar com saudade a minha professora Dona Ilda Natércia e homenagear tambem a minha professora Suzete e ainda os meus antigos companheiros que comigo concluiram o ensino basico antiga 4ª classe

Comentários

JORGE GAMA disse…
pesar da vida dura que se passou,é bem bom recordar as traquinices que fazìamos,embora soubessemos que levávamos porrada quer em casa quer na escola...
Só hoje acedi ao blog,e só hoje te estou a enviar esta mensagem.
Um abraço
Jorge

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